Loucura pega

Asilo Arkahm, anos depois, ainda é inovador.

Meu primeiro sobressalto com histórias em quadrinhos aconteceu no início dos anos 70. Sofrendo os efeitos da minha gripe de entrada de inverno, minha mãe me levou no pediatra. Para suportar as agruras do exame, a promessa: “A gente compra uma revista do Capitão América na volta, tá bom?” Ela cumpriu a promessa. E mudou minha infância. Continue reading “Loucura pega”

Jack, o Dissecado

A importância “Do Inferno” no futuro dos quadrinhos.

É atribuída a Jack, o Estripador, a frase: “Um dia os homens olharão para a história e dirão que eu gerei o século XX”. Delírio, claro. Jack não atingiu a posição de progenitor do futuro. Não somos seus descendentes diretos. Ele é lembrado, mas só como uma ainda inexplicada aberração. Seu nome é associado ao medo, à escuridão e à morte. Foi a primeira estrela dos tablóides ingleses e permanece como o mais famoso e enigmático serial killer da História. Continue reading “Jack, o Dissecado”

Demolição e Ostracismo

Resenha de “O Homem Demolido” – Alfred Bester

No início dos anos 70, lá pelos meus 9 ou 10 anos, nem se sonhava com acesso à Internet. Existiam somente três canais na tv: 12 (Globo), 6 (Tupi) e o 4 (não me lembro). Sem os 200 canais hoje disponíveis nas TVs a cabo, meus irmãos e eu contávamos somente uns com os outros naquelas noites de verão, durante as férias. Continue reading “Demolição e Ostracismo”

Quem precisa de esperança?

Por ocasião do lançamento no Brasil de “O Caderno de Noah”, em 1997, assisti uma entrevista com Nicholas Sparks. Articulado, com um sorriso contagiante sempre estampado no rosto, entusiasmado, fazendo os comentários apropriados a um “bom menino” que cursou a University of Notre Dame, ele falava que o amor verdadeiro e só aparentemente impossível. Que tudo pode dar certo. Que existe uma pessoa para cada um de nós. Que existe esperança. Mesmo na doença. Mesmo na morte.

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A Identidade Ludlum

Um homem exibindo ferimentos de balas é resgatado do Mar Mediterrâneo. Não se sabe seu nome. Ele não tem passado. Está sofrendo de amnésia. Seu rosto mostras sinais de que passou por uma cirurgia plástica. Suas córneas evidenciam uso prolongado de lentes de contato. Mas ele não tem problemas na vista. Provavelmente serviam ao único propósito de camuflar a verdadeira cor de seus olhos. Ele fala em várias línguas diferentes enquanto delira. Um minúsculo fragmento de micro-filme havia sido cirurgicamente implantado sob sua pele onde aparece o número de uma conta em um banco na Suíça e as iniciais “JB”.

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