Tive a idéia. E agora?

Como um escritor, o que acontece logo depois que você tem uma ideia? Como fazer para colocar em movimento este primeiro passo criativo e transformá-lo em uma jornada?

A inspiração sempre chega quando a gente menos espera. Você está ali no sinaleiro e… plim… chega a “visão”. Está assistindo aquela aula meia-boca (ainda usam esta gíria?) e… clic… vislumbra um universo maravilhoso. Ou está na cama, pronto para dormir e… KAPOW… metade do firmamento atinge você em cheio na testa. Continue reading “Tive a idéia. E agora?”

Seja criativo em 5 vôos

A criatividade aflora quando mudamos o padrão, variamos o ângulo, quando vamos além da primeira resposta e procuramos alternativas.

Ela é mãe. E também madrasta. Quando menos esperamos, lá vem ela em toda sua glória. Indica o caminho, ilumina a escalada, elimina nossas dúvidas e nos incentiva quando desanimamos. Por outro lado, na noite mais escura, do lugar mais isolado, do poço mais profundo, certas vezes ela não escuta nosso pedido de ajuda. Continue reading “Seja criativo em 5 vôos”

Dicas de produtividade de um escritor.

Se você gosta de escrever contos ou romances acho que vai gostar do que relaciono abaixo. São algumas das práticas que, como escritor, adoto no dia-a-dia. São também hábitos profissionais positivos de outros escritores que acabei incorporando na minha atividade. Mas lembre: não são verdades absolutas. Funcionam para mim. Continue reading “Dicas de produtividade de um escritor.”

Acessórios Indispensáveis

Concordo que existe muita enganação na área de informática. E que tem gente vendendo o computador como se você estivesse comprando um carro sem rodas e sem bancos, tendo que comprar todo o resto à parte. Mas, continuando com a analogia do carro, precisamos conversar sobre quais são os “opcionais essenciais” que vão acabar fazendo uma grande diferença na sua vida. Se você investiu em um computador (veja artigo Estas Máquinas Maravilhosas) deverá investir mais um pouco em alguns itens que, garanto,vão agregar segurança, conforto e agilidade para você trabalhar melhor e produzir aquela obra literária que vai mudar a face da humanidade. Ou aquele convite de aniversário para o seu sobrinho. Ou o trabalho da faculdade. Continue reading “Acessórios Indispensáveis”

Escritor interrompido

Às vezes, quando estou trabalhando, sou interrompido inúmeras vezes por hora. A cada cinco minutos mais ou menos, o telefone toca (“O senhor não quer se tornar doador registrado no hemobanco?”), a diarista vem fazer o relatório do aspirador de pó (“Pois é seu Fábio, ele tá esquentando e não puxa nada!”) ou uma das nossas gatas vem pedir atenção (“…prrrr… miauu!”). Mas, como alguns dos exemplos acima (hemobanco e a gata), algumas interrupções são importantes. Ou pelo menos, para mim, tão importantes quanto o texto no qual estou trabalhando (ou pelo menos tentando trabalhar). Continue reading “Escritor interrompido”

Visto que divido quarto com um irmão, não tenho privacidade em casa. Tá tudo sempre cheio de gente, o sobrinho amola, o vizinho tem cachorro, já viu né? Tenho pensado em viajar e passar alguns dias fora, longe do barulho, longe de pessoas, longe das obrigações…

Isto é complicado. Eu li uma vez, e comprovei ao longo dos anos, que o escritor pertence a uma raça que faz de tudo para não escrever. Parece contraditório mas não é. A gente chega em um ponto em que deseja uma situação ideal para poder escrever. Temperatura agradável, brisa fresco, sem fome, sem sede, sem sono, sem barulho, com perfume de glicínias no ar e uma dose da sua bebida preferida. O único ruído é o farfalhar das roupas vaporosas de suas musas inspirando sua obra prima. Eu já escrevi três livros, dezenas de contos, crônicas, textos técnicos, matérias jornalísticas. traduções e nunca tive isto. Por outro lado, já escrevi em cima de um muro na rua, escrevi e escrevo quando vou ao banheiro, escrevi em estacionamentos, em filas de cinema, durante filmes, em qualquer lugar.

Claro que a gente procura a melhor solução possível. Mas hoje em dia, enquanto estou acabando a reforma do meu novo apartamento, estamos morando no primeiro andar de um edifício com mais de 50 anos, em cima de dois botecos “fuleiros”, em frente a um posto de gasolina e na mesma quadra que três barzinhos. Pelo menos um deles só toca blues. O que faço? Uso protetores auriculares. Aquelas borrachinhas que a gente enfia no ouvido. Custa centavos cada par e dura um montão. Desculpe a franqueza mas, como eu preciso ficar lembrando para mim mesmo, pare de arranjar desculpas e escreva. Não importa o que os outros vão dizer, o que vão pensar.

Provavelmente vão brincar, tirar um sarro, vão fazer você pagar mico e não vão entender. Vão achar que você é pretensioso. Mas se, lá dentro, você é mesmo um escritor, com o perdão da palavra, eles que vão à p… que p…, e você vá escrever. Tranque a porta, toque o sobrinho para fora. Se não der certo, lembre que Beethoven compunha surdo, cravando os dentes no piano para sentir as notas, e que Camões perdeu “Os Lusíadas” no mar e teve que escrever tudo de novo. Estes sim são problemas. O que nos aflige, são desculpas. Pare de ler estas bobagens que eu escrevi e, agora, vá escrever.