Faça-se um favor, revise seu texto!

Existem dois tipos de pessoas: aquela que é paranóica com revisões e aquela que não revisa o suficiente. A qual categoria você pertence? Antes de responder saiba que estes extremos são prejudiciais ao seu texto.

A palavra chave aqui é “extremos”. Escritores são membros de uma raça diferente. Existem tantas variações de comportamento, técnica, abordagem e linguagem que às vezes penso que somos uma raça de “raças distintas”. Continue reading “Faça-se um favor, revise seu texto!”

Jack, o Dissecado

A importância “Do Inferno” no futuro dos quadrinhos.

É atribuída a Jack, o Estripador, a frase: “Um dia os homens olharão para a história e dirão que eu gerei o século XX”. Delírio, claro. Jack não atingiu a posição de progenitor do futuro. Não somos seus descendentes diretos. Ele é lembrado, mas só como uma ainda inexplicada aberração. Seu nome é associado ao medo, à escuridão e à morte. Foi a primeira estrela dos tablóides ingleses e permanece como o mais famoso e enigmático serial killer da História. Continue reading “Jack, o Dissecado”

Três exercícios para libertar a criatividade

Se você não abre o alçapão e solta “aquela doida da criatividade” lá de cima, de cabeça, bem em cima do texto em que você está trabalhando, no final vai ficar parecendo que só o que você fez foi empilhar parágrafos. E veja bem, isto se aplica para qualquer tipo de texto: de romances a relatórios, de petições a trabalhos acadêmicos.

Dei aula no Brasil durante cinco anos no curso de jornalismo da Universidade Positivo, em Curitiba-Pr. Minhas disciplinas favoritas eram: Legislação e Ética no Jornalismo, por causa da minha prévia formação na área do Direito e a Redação Jornalística que era ministrada no segundo ano, que aproximava as técnicas literárias do jornalismo. Continue reading “Três exercícios para libertar a criatividade”

GN, HQ… o que?

Roteiros elaborados aproximam quadrinhos do cinema.

Álvaro de Moya indica em seu livro “História da História em Quadrinhos” (87) que Rudolph Töpffer publicou em 1827 uma das primeiras obras em um novo estilo que foi chamado de  “literatura em estampas”. Contava detalhes da vida de um tal M. Vieux-Bois e era tão densa que até mesmo Goethe lia aos poucos para “não ter uma indigestão de idéias”. Continue reading “GN, HQ… o que?”

Soluções de Publicação Alternativa

Dando continuidade ao assunto do artigo “Publicar ou não… eis a questão“, que discute se o novo autor deve ou não lançar mão de formas de publicação alternativa, decidimos analisar os serviços de impressão sob demanda disponíveis no mercado e quais, entre eles, oferecem as melhores ferramentas para imprimir, distribuir e divulgar projetos novos (ou engavetados): Continue reading “Soluções de Publicação Alternativa”

Os Maus e Velhos Tempos

Escritores do Século XIX usavam artifícios de enredo que hoje não convencem os leitores.

O romance mudou nos últimos 150 anos. Isso deveria ser óbvio (o que não mudou em 150 anos?). No entanto, novos escritores estruturam seus livros baseados nos mestres do século XIX, como Charles Dickens ou José de Alencar. Sem dúvida que temos muito a aprender com o vigor, ritmo, e drama nos textos destes autores, mas existem ciladas na imitação pura e simples destes “efeitos especiais”. Quando o romance ainda era uma novidade, podia-se cometer certos excessos que, na posição de escritores do século 21, não podemos. Aqui estão três armadilhas e como proceder para não cair nelas. Continue reading “Os Maus e Velhos Tempos”

Crônicas POP

Você sabe tudo sobre ícones porque olha para eles todos os dias em seu computador. São aquelas pequenas ilustrações onde você clica para abrir seus programas.

Ícones literários não são muito diferentes disto. Você convive com eles todos os dias no shopping, no cinema, no rádio e na prateleira da sua cozinha. E, como os ícones da tela do seu computador, eles desencadeiam memórias poderosas – em você e nos seus leitores. Continue reading “Crônicas POP”

Caçadores Caçados

É mais fácil criar um estilo ou contar uma história? Ao que tudo indica, pelo menos no Brasil, o mercado literário valoriza mais o virtuosismo estilístico do que a pobre missão de se contar uma história. Viva os malabaristas de teses! Morte aos contadores de histórias!

Autores julgam mais seguro produzir textos diferentes, em estrutura e apresentação, dando-se a desculpa de que não desejam percorrer caminhos já abertos. O fato é que criar um estilo é fácil. O difícil é não se cansar de ler tantas experiências: livros que são constituídos de um único parágrafo; frases imensas sem vírgulas ou pontos; diálogos incompreensíveis mesclados com descrições e efeitos sonoros; tudo aparentemente criativo, mas relegando ao porão os elementos que compõe uma boa história. Onde fica o enredo? As personagens? O herói? Aquela impecável escolha do foco narrativo? Ninguém mais pensa nos conflitos? Droga, ninguém mais pensa no leitor? Continue reading “Caçadores Caçados”

Escritor interrompido

Às vezes, quando estou trabalhando, sou interrompido inúmeras vezes por hora. A cada cinco minutos mais ou menos, o telefone toca (“O senhor não quer se tornar doador registrado no hemobanco?”), a diarista vem fazer o relatório do aspirador de pó (“Pois é seu Fábio, ele tá esquentando e não puxa nada!”) ou uma das nossas gatas vem pedir atenção (“…prrrr… miauu!”). Mas, como alguns dos exemplos acima (hemobanco e a gata), algumas interrupções são importantes. Ou pelo menos, para mim, tão importantes quanto o texto no qual estou trabalhando (ou pelo menos tentando trabalhar). Continue reading “Escritor interrompido”