Estou escrevendo meu livro no Word. Estou certo ?

Sim. Ainda é o sistema mais utilizado. Não adianta querer mandar o livro, por exemplo, diagramado em Page Maker, todo “bonitinho”. Não vai fazer a menor diferença. Mande em arquivo de Word mesmo que é mais fácil de ser aberto, lido e convertido. Até pode ser interessante descobrir se não preferem que se mande o arquivo gravado no formado RTF (rich text format).

Devo mandar meu texto em papel ou disquete ?

Se você está tentando ver seu livro publicado por uma editora convencional, em papel. É mais barato imprimir uma cópia em casa e tirar o número de fotocópias conforme o número de editoras que se queira atingir. Não perca tempo com “perfumaria” como capa colorida, encadernação de capa dura, nada disso. Se você está em vias de publicar em uma editora virtual, faça um contato com o editor para esclarecer todos os detalhes. Neste caso, provavelmente, poderá (deverá) mandar o material por e-mail.

Qual deve ser a apresentação (formatação) do livro que vou mandar para a editora?

Parece óbvio, mas o texto deve ser legível. Isto é: não imprima o texto em fonte Gótica tamanho 8, com margens de meio centímetro em uma página do tamanho de um cartão postal. Ninguém vai ler. Exercite a sensatez. Uma fonte no estilo Arial ou Times, tamanho 12, em um papel A4, com margens 3 cm na esquerda, 2 na direita, 2 em cima e em baixo. Tudo encadernado em espiral para facilitar a vida do leitor. Numere as páginas.

Não pense em ir pessoalmente. Mande pelo correio com uma pequena (PEQUENA!) carta de apresentação contendo seu nome completo, telefone, e-mail, endereço e talvez um currículo “supre-ultra-resumido”, exclusivamente com seu maior graus acadêmicos (especializações, mestrado, doutorado) e prêmios em concursos literários de maior expressão.

Terminei meu livro. Quero publicar. Como devo mandar o livro para as editoras? E para quem?

A não ser que você tenha uma agente literária, a alternativa é fazer várias cópias e mandar para as editoras que se enquadrem no perfil da sua obra. Vá em uma boa livraria e passe algum tempo anotando nomes e endereços de editoras que estejam publicando livros no mesmo estilo do seu.

Na primeira vez em que mandei um livro inédito para uma editora fiz capa colorida, mandei por DHL, tentei desenvolver uma espécie de relacionamento pessoal e só perdi tempo e joguei dinheiro fora. Eles preferem se manter no anonimato para justamente fugir às cobranças de autores que, como eu, ficamos até 8 meses sem ter qualquer resposta das editoras. Algumas ainda se dão ao trabalho de mandar uma cartinha acusando o recebimento do original. Outras simplesmente ignoram.

Acho interessante visitar os sites das editoras nas quais você está interessado. Procure informações sobre o formato correto para mandar seu texto. Com freqüência as exigências variam de editora para editora. Algumas não querem receber o livro inteiro. Preferem que você mande, por exemplo, as 20 primeiras páginas, as 10 últimas e um resumo de uma página. Outras preferem o livro completo. Por estas (e outras) faça um contato rápido por e-mail ou telefone e tire todas as dúvidas.

Já quanto à questão de “para quem”, é um problema: até hoje não consegui descobrir uma das grandes editoras que revele o nome de alguém para quem mandar originais. Eles não querem ser incomodados. Não vou mentir: o processo de seleção é arcaico, atrasado, bitolado e absolutamente injusto. O que existe é a mais absoluta falta de consideração pelos autores no Brasil. Prevalece indicação e favoritismo. Nepotismo grassa livremente. Obras primas ficam relegadas ao fundo de gavetas e ao latão de lixo. Ter seu primeiro livro publicado por uma grande editora, de cara, até pode acontecer, mas envolve também muita sorte.