A técnica da pirâmide invertida é a mais utilizada no jornalismo diário. Chama-se assim em virtude da forma com que as informações são hierarquizadas no texto. Os dados mais importantes devem estar disponíveis ao leitor no início do texto e os demais, em seguida, em ordem decrescente de importância. Aplica-se a técnica respondendo, de preferência no primeiro parágrafo, as perguntas: Quem? O que? Como? Quando? Onde? Por quê? O propósito é rebitar o leitor no seu texto indo direto ao ponto de maior interesse, traçando uma linha direta do “geral” para o “específico”.

Porque mencionar uma técnica jornalística em um site sobre literatura? Porque cogitar a hipótese de usá-la? Um escritor hoje não pode mais se limitar apenas à produção e criação literária. Precisa trabalhar na divulgação de si mesmo e de sua obra, como já mencionamos anteriormente. A técnica da pirâmide invertida ajuda a alcançar este objetivo.

Um pouco de história

Houve um tempo em que o padrão era começar artigos com o chamado “nariz de cera”, ou seja, uma introdução longa, rebuscada e vazia, que não era bem jornalismo nem literatura. Era um híbrido que servia mais para massagear o ego do autor do que informar.

Visando a redução dos custos de transmissão de informações (telégrafo), com a restrição do espaço para publicação e do tempo de escrita e leitura, a fórmula da pirâmide invertida, prática e objetiva, surgiu para produzir textos e transmitir fatos de forma rápida. Atualmente a utilização da técnica prevalece de forma esmagadora em jornais e agências de notícias.

O leitor na internet

O comportamento de uma pessoa que busca algo na internet é norteado pela premissa: a perda de tempo é inaceitável. Lembre sempre que a impaciência reina na internet. O leitor busca, no menor tempo possível e num relance, determinar o assunto do texto. Em menos de 15 segundos decide se o texto responde ou não a sua dúvida e parte para a busca seguinte. A técnica da pirâmide invertida fornece as respostas que o leitor busca de forma direta e rápida. O segredo, e sempre existe um segredo guardado na manga, está em utilizá-la de forma atrativa.

A pirâmide invertida serve especificamente ao nosso propósito nesses primeiros 15 segundos: um título relevante, um subtítulo explicativo e um primeiro parágrafo que diz o propósito do artigo. É depois de atrair e ganhar um leitor nesse primeiro momento que começa a odisséia de mantê-lo interessado até o final do texto com criatividade e inovação.

Ser encontrado no Google

Outro efeito da utilização da pirâmide invertida é ser encontrado com facilidade pelos mecanismos de busca. Em torno de 60-80% das visitas de um site são oriundas destes mecanismos, uma razão fortíssima para atender essa demanda quando o propósito é promover a sua obra.

O Google, buscador mais usado hoje em dia, utiliza o primeiro parágrafo de um texto para avaliar a relevância do seu conteúdo em relação às palavras chave que foram buscadas.

É claro que as coisas não são tão simples. Além do primeiro parágrafo são utilizados ainda como referência “título” e “subtítulo”. Cabe aqui salientar que no Brasil certos veículos chamam o subtítulo de “gravata” ou até “linha-fina”. O título, conforme indica o Manual da Redação da Folha de São Paulo deve ser uma síntese precisa da informação mais importante do texto. O subtítulo (ou gravata, ou linha-fina) é uma frase ou período que aparece abaixo do título e serve para completar seu sentido ou dar mais informações.

Estes elementos, articulados com a técnica da pirâmide invertida, são os veículos para seu contato direto com o leitor. Naturalmente devem carregar palavras de peso que ajudem a sinalizar o assunto do artigo e, por conseqüência, facilitar a busca pelo Google.

Não importa a eterna dúvida “quem veio primeiro o ovo ou a galinha”. Isto é, se o jornalismo contemporâneo continua usando a pirâmide invertida por causa do Google ou se é o buscador que… bem, você entendeu. O que fica claro é que o Google baseou seu algoritmo de busca na velha técnica e as pessoas hoje usam a técnica em textos publicados na internet porque querem ser encontradas através do Google.

O que importa é que a pirâmide invertida tem seu lugar garantido. Mas seja criativo na hora de usar esta técnica ou seu leitor o largará depois do primeiro parágrafo.

Uma técnica jornalística no primeiro contato

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