Já se foi o tempo em que para ser escritor bastava disposição, um vidro de tinta, pena, pergaminho e quem sabe uma vela para iluminar o caminho. Hoje em dia contamos com a ajuda de diversos equipamentos que têm por finalidade ajudar nossa vida. Mesmo assim muitos ainda preferem escrever a mão. Outros, por conveniência ou comodismo, não conseguem abandonar a máquina de escrever.

Como sou adepto (e dependente) do computador fiz uma pesquisa para aqueles, como eu, fascinados pela “máquina mal (bem) dita”. Tendo em mente coisas que poderiam ajudar a labuta de um escriba, relacionei ferramentas e produzi uma lista de “sonhos de consumo” que muitos de nós gostaríamos de ter para ajudar “na árdua tarefa”.

Na área de informática produtos são lançados todos os dias. É difícil fazer um levantamento preciso das novidades e é necessário reavaliar as opções na medida em que surgem. Aqui estão algumas alternativas interessantes:

O Notebook

Usuário desesperado
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Se o seu negócio é passar 17 horas por dia em cima do computador escrevendo, pesquisando, jogando e/ou lendo, não se deixe impressionar por estas maquininhas. São lindas, cheias de recursos maravilhosos e compactadas em um eficiente pacote. Mas é difícil, hora após hora, dia após dia, semana após semana ficar encarapitado em cima daquele tecladinho (que esquenta como o trono do Demo), forçando a coluna para frente e apertando os olhos para “ver melhor” ou “ver de perto” o que está escrito na telinha. Desejando e precisando da mobilidade que um portátil confere ao escritor, comprei um notebook. Passada a fase do namoro em que a gente só presta atenção nas coisas boas, ficou claro que para um notebook ser confortável no trabalho pesado são necessários alguns acessórios.

Para este comentário estou levando em consideração que você vai passar no mínimo oito horas por dia trabalhando nele. É complicado acertar de primeira a equação “tamanho da tela versus peso”. A tela do meu tem 14 polegadas e o bichinho pesa +-3 kg. Se for para trabalhar nele todos os dias a tela deve ter no mínimo 17 polegadas. E isto desestabiliza a equação, pois o peso aumenta diminuindo a mobilidade. Um portátil com esta configuração de tela vai pesar mais de 4 kg. Imagine-se de manhã saindo de casa e pegando o metrô carregando um saco de açúcar debaixo do braço. E agora se imagine lá pelas 19:00 horas, cansado, tendo que ir para casa, andando pela rua, carregando o saco, agora de cimento, que vai parecer ter 40 kg. Acredite, faz uma diferença enorme. Esta mobilidade parcial é necessária para certas pessoas.

Mas pense bem. Mesmo porque você vai precisar ainda de um apoio para o notebook. Como em relação aos seus olhos ele fica mais baixo, a gente acaba assumindo uma posição forçada para a frente, mantendo uma postura que não é normal. Depois de algumas horas vai ser inevitável aquela sensação de ferro em brasa nos ombros e no pescoço.

A solução é um apoio que eleva o computador. Melhora. Notou o tom do “melhora”? Se parece que não fiquei totalmente satisfeito, é porque não fiquei mesmo. Estes apoios inviabilizam o uso do teclado e do touchpad. Solução – comprar um teclado e um mouse. No meu caso foi um pacote da Microsoft, sem fio, incluindo os dois acessórios. Funciona bem. Resolveu o problema. Mas, depois de alguns meses, acabei concluindo que o negócio mesmo é ter em casa ou no escritório, ancorado na sua mesa de trabalho, um belo desktop com um monitorzão daqueles de arrasar quarteirão (minha esposa tem um HP de 22 polegadas – um sonho) e que quando mobilidade está em jogo vale mais a pena investir em um mini-notebooks ou netbook com uma telinha de 7 ou 12 polegadas. São levíssimos (menos de 2kg) e resolvem o problema.

O PC de mesa

É interessante ter um computador, vamos dizer assim, com uma certa folga na sua capacidade, pois nunca se sabe o tipo de trabalho que se vai fazer. Quando eu fazia reviews de jogos para computador para um site especializado, eu usava uma máquina com placa aceleradora de vídeo, por exemplo. Se você quer trabalhar com fotos, tem um monitor maior ajuda. Um bom vendedor de equipamentos de informática perguntará qual o uso que será dado ao equipamento e assim poderá indicar a opção com melhor custo/benefício.

O Mac

Pessoalmente nunca usei, mas só ouço falar das maravilhas, sem contar que é muito “estiloso”. Um comentário que se faz é que todos que migram para Mac não voltam – tornam-se macfanáticos. O que será que “ele” tem de tão maravilhoso? Toda a linha é fina e são muito leves. E se for para falar em resistência, já vi alguns Macs que foram ao longo dos anos submetidos a verdadeiras indignidades, mas estão ali, firmes, agüentando todo tipo de abuso.

Técnico de computador ruim
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A solução

Tudo é o equilíbrio entre o custo e o benefício: a combinação de um computador de mesa e um mini-notebook pode ser ideal, a meu ver, oferecendo conforto e mobilidade e, dependendo da composição, um custo mais razoável. Escritores são mestres em arranjar desculpas para não escrever. Se a gente puder tirar do palco coisas como dores nas costas, olhos lacrimejando, desconforto e outros incômodos a mais, e se isto for redundar em mais páginas escritas no final do dia, acho que o investimento acaba valendo o sacrifício.
Onde comprar? Bem, certamente você conhece alguém que monta computadores. A vantagem de comprar um “PC Frankenstein” é adquirir mais potência por menos custo. As desvantagens são:

  • O equipamento não foi testado antes de ser entregue e poderá dar problemas até que o montador consiga ajustar tudo;
  • O pagamento provavelmente não poderá ser parcelado ou será parcelado em poucas vezes;
  • A assitência técnica sempre estará à mercê da disponibilidade de tempo do montador;

Todos que tiveram que lidar com este tipo pitoresco conhecido como “o cara do computador” sabe que nem sempre eles são fáceis de lidar. Problemas de agenda, qualidade do serviço e ausência absoluta da noção de tempo (deles e do resto do mundo) fizeram com que eu desistisse deste tipo de equipamento.

E isto sem contar o fato de pegar a máquina dentro da caixa, lacrada, com cheirinho de carro novo, intocada, com o HD inteirinho virgem… mas deixe para lá. Estou me empolgando.

O fato é que quando você compra um computador “de marca” reconhecida é só abrir a caixa, plugar o bagulhinho verde no buraco verde, o vermelho no vermelho e o laranja na laranja e começar a brincar. A chance de problemas será menor e o fato do custo ser mais alto é o que lhe dá direito de exigir qualidade de atendimento e assistência técnica. E, tenha certeza, perseguir um cara pela metade do estado só para descobrir que ele está preso na fronteira com o Paraguai por contrabando de eletrônicos e muito pior do que poder chegar ao balcão, colocar o equipamento lá e dizer “este está com problema, me dê outro”. E sair de lá com uma máquina nova. E viva a garantia de um ano.

Estas máquinas maravilhosas

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